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Forte Novo - Forte da Armação
Forte Novo - Forte da Armação

Forte Novo - Forte da Armação

Forte Novo

Categoria -  Monumento

Descrição -  Devido à derrocada da falésia, onde estava edificado, o forte foi destruído.

Acessos -  A cerca de 2Km a SE da Ribeira de Quarteira.

Enquadramento -  Os restos do forte estão em parte submersos. Este situava-se junto ao mar, no sítio da Armação, a 2Km a Sudeste da Barra da Ribeira da Quarteira.

Época da Construção -  Séc. XVI / XVII / XVIII

Forte Novo

Cronologia

1521 - 1557 - Provavelmente mandado construir por D. João III, sobre ruínas de um castro lusitano;

1640 - Remodelado durante a Guerra da Restauração;

Séc. XVIII, finais – Obras de remodelação;

Séc. XX - Serve de posto da Guarda Fiscal;

1973 - Com a erosão costeira, a Guarda Fiscal abandona o Forte Novo

1974, 21 Dezembro - classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 735/74, DG, 1.ª série, n.º 297;

Década de 80, início - Derrocada do Forte Novo

1983 - A DGEMN, em ofício para o IPPC, informa que já nada resta do edifício e pede para anotar a sua inexistência;

1996, 6 Março - Desclassificado pelo Decreto n.º 2/96, DR, 1.ª série B, n.º 56, "por ter sido destruído pelo mar";

1996, 13 de Maio - Declaração de Rectificação n.º 10-E/96, DR, 1.ª série B, n.º 127, relativa à localização.

Bibliografia -  João de ALMEIDA, Roteiro dos monumentos militares Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1948.

Forte Novo

Na imagem de cima, vê-se o Forte Novo à direita do pinheiro.

Na imagem de baixo, vê-se o pinheiro já à beira da arriba, depois da erosão costeira e consequente derrocada do Forte Novo.

Deixamos aqui um excerto do trabalho de Sérgio Manuel Cruz de Oliveira - licenciado em Geografia e Planeamento Regional, Variante de Geografia Física -, aquele que diz respeito ao Forte Novo. Pode ver o texto integral seguindo o link do título.

Evolução Recente da Linha de Costa no Troço Costeiro Forte Novo – Garrão (Algarve)

“É ponto assente, que o litoral da região de Quarteira já se encontrava em erosão devido a causas naturais, mesmo antes de algumas intervenções de carácter estrutural terem um papel determinante pela forma como alteraram o frágil equilíbrio existente. Uma redução do abastecimento sedimentar a este troço costeiro, pelo menos desde 1950 [Dias and Neal, 1992], promoveu alguns fenómenos de erosão costeira que afectaram a Vila de Quarteira, chegando mesmo a destruir a marginal [Dias, 1988].

A protecção da Vila de Quarteira face à crescente erosão costeira, iniciou-se na década de 70 (séc. XX) com a construção de um “campo de esporões”. O acréscimo de estruturas transversais à linha de costa na frente de Quarteira, teve como consequência imediata a inibição do transporte longilitoral dos sedimentos, que passaram a ficar retidos a Oeste. Consequentemente, assistiu-se à migração da erosão para Oriente da Vila e ao aumento do número destas estruturas transversais, obras concluídas em 1974 perfazendo um total de 14 esporões. Em 1973, deu-se a Evolução Recente da Linha de Costa no Troço Costeiro Forte Novo – Garrão (Algarve) construção dos molhes de entrada da marina de Vilamoura, a Oeste de Quarteira [Dias, 1988], agravando-se a erosão sobretudo nos sectores de arriba a Este da mesma.

O forte situado no topo da arriba do Forte Novo, encontrava-se em erosão já no final dos anos 70 em virtude do recuo deste sector, tendo sido abandonado em 1976 pela Guarda Fiscal. As suas ruínas, actualmente submersas, são apenas visíveis durante a baixa-mar [Dias, 1988; Marques, 1997]”.

 

Forte Novo não resistiu

In: Dossiês JN de 24 de Agosto de 2010

- Troço a Leste de Quarteira está sujeito a forte erosão costeira desde a construção da Marina de Vilamoura, do campo de esporões que protege a cidade e dos molhes do Porto de Pesca.

- Alimentação artificial do areal entre o Forte Novo e a praia do Garrão para preparar a costa para efeitos das tempestades e proteger empreendimento de luxo Vale do Lobo.

"Não há forte nenhum!". Eugénia Silva, 43 anos, sorri com condescendência quando se pergunta pela construção militar que deu nome à praia. Já nem se vêem os vestígios que a literatura da especialidade menciona como avistáveis em marés vazias. "Só se forem as pedras arrastadas para a água", explica a empregada do bar. Recorda-se do forte na infância, que a Guarda Fiscal abandonou em 1976, com a ameaça do mar à arriba em que assentava.

Forte Novo é um troço simbólico da erosão costeira acelerada por causas humanas, devido à construção dos molhes da entrada da marina de Vilamoura (1973), ao campo de esporões criado em 1974 para proteger a Quarteira e, mais recentemente (1999), aos quebra mares do porto de pesca. De uma taxa de recuo médio entre os 20 e os 80 centímetros por ano, passou-se para perdas de dois a três metros anuais, precisa o geógrafo Sérgio Oliveira, numa dissertação para tese de mestrado sobre a evolução no troço Forte Novo - Garrão.

Só entre 1991 e 2001, em dez anos, a linha de costa recuou 22,7 metros, a segundo a tese, apresentada em 2005 na Faculdade de Ciências de Lisboa, e a área perdida do bordo da arriba foi superior a 8,3 quilómetros quadrados.

Cláudio Dores, 31 anos, do bar "Forte Novo" tem na memória de menino a imagem de um areal maior: "Muito maior do que este que agora arearam", compara. Fala alimentação artificial em curso entre Forte Novo e o Garrão, para alargar praia em 40 metros, mitigar o risco de erosão e robustecendo o troço costeiro para "responder às próximas tempestades", explica o painel da Administração de Região Hidrográfica do Algarve.

Porque as tempestades, testemunha Cláudio, são vorazes. Dedo assestado à fotografia da zona que a sala de jantar ostenta, mostra o sítio onde se localizava o forte, algures na água, fala da invernia de 1998: "O mar comeu uns 20 metros à vontade!" Talvez exagere, mas não foge da realidade que aflige a zona há décadas e que exige medidas de protecção permanentes e não demasiado localizadas.

Apesar da alimentação artificial da praia de Quarteira, em 1999, com mais de 620 metros cúbicos de areia, o enchimento não teve efeitos fora dos esporões e a leste, o troço de Forte Novo foi fortemente erodido. Entre 1999 e 2001, a linha de costa recuou aqui 9,6 metros, o que representou uma taxa de erosão de 4,8 metros por ano, segundo Sérgio Oliveira, comprovando o efeito de retenção de areias pelas obras costeiras e o agravamento da erosão a sotamar daquelas e a necessidade de intervenções de realimentação ao longo da costa.

Na praia do Forte Novo, acabaram em Julho as obras de recarga da praia ("Tinha menos de um quarto do areal do que tem agora", conta Andreia, 28 anos, mulher de Cláudio) com areias dragadas ao largo. Empreitada de 6,2 milhões de euros, cuja frente de obra está neste momento em Vale do Lobo, visa mitigar o efeito da ondulação enérgica na base das arribas e o consequente recuo da linha de costa. Quanto tempo durará esta areia na praia - um, dois, três ou mais anos, não há certezas. Mas parece consensual entre os especialistas que este método é mais eficaz e mais barato do que a construção de esporões e paredões.